Esta é a Sophia minha caçulinha . Tem quatro anos e adora escrever e fazer
lição de casa (como ela mesma diz). Ela é minha adorável “cobaia”.
Na minha caminhada na pedagogia em
busca de mais conhecimentos, sempre que aprendo algo em relação ao aprendizado da
criança, seu processo, suas estratégias
de aquisição do saber, faço minhas experiências com ela é surpreendente as minhas descobertas:
aplico, reflito, recrio, aprendo, busco,
pesquiso. É maravilhoso esse exercício.
Segue abaixo um breve relato da
experiência com a Sophia.
Como ela sempre pede para fazer lição
de casa, afinal suas irmãs mais velhas
tem tarefas e ela não porque na sua escola infantil só dão atividades ela fica
frustrada com isso, então pedi para que
ela escrevesse algumas palavras. Foi interessante, ela queria que eu as
ditassem, então pedi para escrever seu nome depois resolvi perguntar sobre suas
preferências. Na primeira palavra perguntei qual era sua fruta favorita, ela
respondeu “ ABACATE ”, pedi para que escrevesse, ficou pensando por um tempo, repetiu várias
vezes a palavra em voz alta , logo colocou o “A”, em seguida disse que achava
que a próxima letra seria “R” assim
escreveu da sua forma a palavra.
Na segunda palavra ela escolheu “GATO”,
demorou, pensou e disse : “ Espera,
deixa eu pensar”, “Tô pensando”, observei que a sua preocupação era escrever
corretamente, disse que tinha que escrever do seu jeito de menina de quatro
anos , ela ficou um pouco mais leve e continuou escrevendo.
A palavra seguinte era “ MÃE”,
observem a admirada com a quantidade de
letras com que escreveu. Não a
questionei.
Sempre que ela parava e ficava um
tempinho pensando perguntava a ela o que ela estava tentando buscar, logo ela me chamava a atenção “ Deixa eu
pensar”, dessa vez fiz uma observação dizendo
a ela que para escrever é preciso pensar (já dizia Emilia Ferreiro), abriu um sorriso aliviado e passou a escrever
as palavras com mais confiança.
A quarta palavra foi “SUCO” , usou
muitas letras e no final disse: “termina
com U, né? ”
Quando seu pai ditou a palavra
“VÓ”, ela não quis, perguntei porque e
ela respondeu que não dava , que era
difícil e não sabia escrever. Seguiu sua escrita escolhendo e escrevendo as
seguintes palavras: “DENTE”, “ISABELA”, “BRINQUEDO”, “COMPUTADOR” e “SOFÁ”.
Conforme foi adquirindo confiança, pois
sabia que não seria corrigido sua escrita, deixei claro quando percebi sua
preocupação em querer escrever certo,
ela passou a escolher suas palavras e escrevê-las com mais tranquilidade, também já não fazia tantas perguntas sobre como
se escreve ou com que letra começa as palavras.
Observando escrita da Sophia percebe-se
que ela, realmente, usa as letras do seu nome em todas elas, com quantidades,
ordens e posição diferentes, sabe que são palavras distintas essa etapa faz
parte da construção da escrita da criança.
Essa é uma breve amostra das minhas
experiências com a escrita de uma criança pequena, inevitavelmente com esse
exercício de por em prática a teoria, faz com que comprovamos o magnífico
trabalho dos abdicados teóricos e
pesquisadores que buscam entender, compreender, analisar os processos
de aprendizagem da criança e seus desenvolvimentos
cognitivos para a aquisição do
conhecimento.
Segue a escrita da Sophia:
Por Cristiane S.Vilarino